Violência concentrada

Por Portal Opinião Pública 08/08/2019 - 16:52 hs
Foto: Divulgação

 

Divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Atlas da Violência trouxe informações nada boas, especialmente para os moradores de algumas cidades das regiões norte e nordeste do país. De acordo com a pesquisa, 18 das 20 cidades – com mais de 100 mil habitantes – que registram as maiores taxas de homicídio no Brasil estão nessas duas regiões.

O campeão no ranking da violência foi o município de Maracanaú, no Ceará. Tendo uma população de 224.804 pessoas em 2017, a cidade cearense registrou 328 assassinatos, atingindo a taxa de 145,7 mortos a cada 100 mil habitantes. Número extremamente alto. O segundo lugar no ranking ficou com o município de Altamira, no Pará, que teve uma taxa de 133,7 mortes por 100 mil habitantes há dois anos. A cidade paraense, inclusive voltou às manchetes na última semana devido a um massacre no presídio do município, que deixou 58 mortos. Em 2015, ano da pesquisa anterior, Altamira havia figurado como a mais violenta do Brasil.

Além destas, outras cidades do Ceará e do Pará, e municípios do Sergipe, Rio Grande do Norte, Acre, Bahia e Pernambuco engrossaram a lista dos municípios das regiões norte e nordeste entre os 20 mais violentos do país. De fora, apenas as cidades de Queimados (Rio de Janeiro) e Alvorada (Rio Grande do Sul) estão entre as que mais registram homicídios.

Ainda que a violência seja um problema crônico em todo o país, um levantamento como esse mostra que é necessário ter um cuidado especial em relação ao combate ao crime em alguns pontos específicos, pois outro dado mostrado pelo Atlas da Violência é que metade dos assassinatos no país estão concentrados em somente 120 cidades, o que representa 2,1% dos municípios brasileiros, que totalizam 5.570.

Uma pesquisa como essa é extremamente importante para se elaborar ações que combatam o problema e apresente soluções viáveis. Mas é preciso ter iniciativa, para que a violência não siga crescendo e passe a se espalhar ainda mais.